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Célula Contábil Autônoma

Como o contador e o cliente, conectados numa mesma nuvem, podem transformar seus negócios em máquinas de eficiência e prosperidade

Em meados do início do século 21, mais precisamente a partir do ano de 2009, presenciamos um movimento extremamente desafiador para o segmento de software contábil onde chegamos a temer sobre como o profissional da contabilidade conseguiria atender as exigências legais e ao mesmo tempo gerar um mínimo de valor aos seus clientes pelos seus honorários cobrados, frente a tecnologia disponível x tecnologia necessária. Tempos duros, difíceis, em que o contador ainda trabalhava muito mais focado no fisco do que diretamente na performance de seus clientes.

Este projeto brasileiro incrível e complexo, conhecido como SPED e apresentado em fases (NF-e, SPED Fiscal, SPED Contribuições, ECD Contabil e depois eSocial) apontava para nós, profissionais de TI como uma tempestade de demandas, complexidades, limitações e dificuldades técnicas, financeiras e operacionais que verdadeiramente nos tirou o sono por muito tempo.

Tudo isto porque o projeto SPED trazia uma simples e obvia necessidade: fazia com que o contador gerasse estas obrigações acessórias com um alto nível de detalhamento das operações dos seus clientes e que praticamente multiplicava por algumas vezes o esforço (e custo) deste profissional e suas equipes, em obter as informações e processa-las nos formato e conformidade exigida pelo fisco brasileiro. Quantos SPEDs em branco foram gerados para cumprir o prazo? Quantas possíveis multas foram aplicadas e quantas foram pagas com literalmente zero valor agregado a estes negócios?

Informações como: ficha técnica de produtos e dados da produção das industrias (o famoso bloco K) no SPED, notas fiscais e itens de notas com detalhes de valores e seus diversos impostos (blocos C com os seus desdobramentos do C100, C170 e C190), cupons fiscais detalhados por item e CFOP, posição de estoque detalhadas e consistentes com compras, vendas e produção (bloco H), todos aqueles blocos por segmentos de negócios, entre outras informações que fariam com que o contador fosse obrigado a traduzir, planilhar, digitar, importar, tratar, corrigir informações das mais diversas geradas por ERPs, muitas vezes antiquados ao novo sistema tributário, normalmente caros, instalados localmente e que simplesmente não “falavam a mesma língua” do sistema do contador, este também, instalado no servidor da empresa contábil ou na sua própria nuvem, quanto muito, fazendo com que o trabalho hercúleo fosse processado, e sinceramente falando, com aquela qualidade duvidosa ou quando não, qualidade conseguida com muito esforço, retrabalho e dedicação das equipes do cliente e do contador equiparando todos os dados dos dois sistemas desconectados.

Vimos também muitas empresas de software contábil correndo atrás de sistemas de gestão (os ERPs) para minimamente organizarem seus clientes no intuito de melhorar a sua gestão e principalmente organizar um pouco mais as informações para o próprio contador conseguir gerar os arquivos SPEDs, suas guias e afins.

E assim vivemos por muitos anos. Como brasileiros, altamente criativos e se virando nos “trinta” estes heróis contadores, clientes e fornecedores viram surgir uma série de ferramentas, aplicativos, entre outros, criadas justamente para conectar as informações do cliente e do contador de uma forma menos complexa possível e logicamente sempre trazendo novos custos e mais trabalho a ambos.

Me lembro bem, um ex-colega de trabalho nos dizendo, “como iremos gerar os SPEDs e afins” de nossos clientes contadores se os clientes deles não tem as informações e não temos um ERP integrado? Tempos de muitas planilhas, de-paras, importações, digitações, alterações em lote, retrabalhos, updates nos bancos de dados e por aí afora.

Com isto o conceito de contabilidade digital nasceu, por meio do ERP com a OMIE que possibilitou a integração assíncrona entre estes dados e o sistema do contador. Isto se tornou uma verdadeira revolução no processo do contador, fazendo a equivalência entre o ERP e o sistema contábil, seja ele qual fosse.

Como sonho de consumo ficava a seguinte afirmação: Teremos a solução ideal quando cliente e contador estiverem na mesma nuvem, na mesma plataforma tecnológica, gerindo e usufruindo das mesmas informações, conectados sob a mesma tecnologia, única, segura e integrada. O cliente operando seu faturamento, CRM, compras, estoque, produção, e-commerce, enfim, sua operação diária e o contador gerando as apurações e obrigações fiscais, contabilidade, folha de pagamento, sempre usando como base a mesma informação operacional.

Pois é, 2022, vivi para ver. Pela primeira vez este sonho se torna realidade na integra. A construção da solução ONEFLOW em conjunto com a solução OMIE torna esta visão, de pelo menos 12 anos atrás, uma realidade tecnicamente e financeiramente viável, de uma forma muito interessante e altamente autônoma. Não apenas uma solução que automatiza a operação com produtividade e qualidade, mas algo ainda maior. Algo que faz para o contador aquilo que deve ser feito, de forma inteligente, autônoma e integrada. 

Sim, o ONEFLOW é autônomo. Se o contador precisar gerar conferir, apurar e entregar, o sistema faz tudo isto por si só. Incrivelmente o óbvio, mas que traz uma evolução tecnológica de anos luz do que se fazia antes e logicamente com evoluções e novas possibilidade futuras.

Definitivamente um incrível leque de oportunidades se abre para aqueles que vislumbram o quanto isto é poderoso, o quanto isto vai gerar de valor ao cliente, ao contador, ao empreendedorismo brasileiro, transformando em oportunidades reais, por meio da qualidade da informação que o contador terá de seus clientes e do quanto de valor agregado será gerado. Isto sim, o maior bem relação simbiótica: a confiança na informação e o que ela pode significar nas empresas.

Enfim, um sonho, uma visão, que com muito trabalho e dedicação de pessoas brilhantes, muito conhecimento, investimento em tecnologia, que se inicia a partir de agora e da qual estamos apenas começando.
O presente assim está logo aqui. Veja, conheça e deguste.

por Wagner Xavier, Diretor de Negócios da OMIE.
Executivo com mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de sistemas empresariais com atuações na TOTVS, Prosoft e Questor.